28 de setembro de 2010

E você achou que dessa vez seria fácil...

Eu sempre tive um preconceito louco com Letras. Como todo bom aluno de humanas, agora ex, vamos frisar, eu achava que o curso era idiota, com pessoas idiotas, que na verdade não sabiam o que fazer da vida. Então, o que eu faço? Caio de paraquedas na Literatura.

Não vou mentir... nas primeiras semanas eu tinha aquela vontade louca de sair correndo. Tem um povo alienado na minha turma. Fato. A maioria delas só que ser professor de inglês ou algo assim. Porém, a diferente aqui quer ir mais longe. Eu quero trabalhar com livros. Essa é minha maior desculpa para mudar para Letras. Os livros.

Não é fácil. Não se engane. A quantidade de coisas que impõem a você a ler, a escrever, a pensar, digerir, comentar, é insana. só de uma única matéria eu tenho, acumulados, claro, porque eu fui a nova iguaçu e como sempre, eu simplesmente não consigo voltar no dia que eu pretendia, mas, de volta ao foco! 3 contos, 02 livros, 20 folhas de matérias e uma 'pequena" resenha academica. 6 capitulos, perdi as contas de quantas redações, 2 músicas pra transformar em cronica e em uma unica aula, todas as diferenças entre dissertação, narração e descrição em uma unica aula, que por sinal, eu sai com a cabeça cheia de informação sem conseguir pensar realmente em nada. isso, só em duas matérias.

Faculdade não é fácil. Pra ninguém. Nunca. Você sempre vai ter um professor filho da puta, você sempre vai ter um que vai falar demais, que vai falar de menos e te ferrar de verde, azul, cinza, roxo e amarelo na provas. Faculdade é assim. Não reclamo do que eu tenho que ler. Algumas coisas eu ate adoro, outras, cito kakfa como exemplo, eu simplesmente detesto. Eles sempre vão te "criar" pra ser um educador. cabe a você fugir dessas régias. Muitas vezes você se sente um perixe fora d'água. Amor, você simplesmente se sente como a maioria dos nerds e pessoas comuns da faculdade.

As vezes você encontra pessoas que tornam todo o ambiente melhor. as vezes, é você e você. Quando você sabe que encontrou seu lugar, que você está fazendo aquilo que você sempre sonhou em fazer... bem, se você sindrome de Impar, você nunca vai se sentir assim! Mas veja pelo lado positivo, as vezes, você se sente parte de algo...

Semana passada, meu professor predileto, várias vezes criticado, ate mesm por mim, deu sua aula de "eu Lírico" (ouié, temos um matéria para isso!) e como exemplo, ele citou... Florbela Espanca. Quase ninguém na turma conhecia... mas, veja a coincidencia, minha poeta predileta, na minha aula predileta. Impossivel não se sentir conectado a algo.

Assim como eu, Florbela era depressiva, tinha paixão pelo irmão e por vezes, era revoltada com o que as pessoas pensavam, diziam, criticavam sobre ela. Indo a fundo nas coincidencias, ela fez Letras (Lingua Estrangeira/Ingles e Frances). ali foi meu choque de realidade. Nunca achei que em algum lugar da face da terra me sentiria conectada com todas aquelas pessoas, com ela, comigo mesma.

Em nenhum momento fica mais fácil. são mais aulas, mais matérias, mais pressão, mais tudo multiplicado por 100. O que cabe a você a fazer, é aproveitar. sabe quantas vezes eu comecei e parei um curso? Duas vezes já. Mas pela primeira vez eu quero terminar algo. Trabalhar com Editorial de Livros, Criticas se tudo der certo (porque sim, eu já sou critica e pré conceituosa, imagina num curso onde você é formado para ser um critico?) e enfim, eu quero terminar algo.

Não sei se tudo isso vai acontecer, como vai acontecer. Eu cair em Letras já foi um acontecimento. Nada fica mais fácil, mas não seja totalmente alienado. Fica mais fácil quando você encontra um motivo. Uma ligação, uma linha, um laço. Não importa o amanhã, o futuro. só importa agora, você estar conectado a algo que você sinta ser maior.

Pra mim agora, como diz Machado de assis "O móvel mais importante de quem escreve, é a lixeira". Portanto, reescrevendo minha história, eu jogo fora todos os rascunhos e começo a escrever de caneta o poema da minha vida. Ou cronica, descrição, narrativa, notícia, editorial... da forma que o leitor preferir e entender.

Conheça te a ti mesmo. =)

21 de setembro de 2010

You gotta a fast car...

Você não pode ser preenchida só de dor. Precisa de mais. A dor nos faz forte, mas você... aonde você está indo? Se perdendo nela, se afogando cada vez mais. Mais longe do que isso, você não vai conseguir, esse estado é o limite, portanto pare aqui.

Aonde você vai? Aonde pretende chegar? Mais longe do que isso, você não vai conseguir levar. Você acredita mesmo, que pondo uma barreira no mundo vai impedir essa dor que você sente? Acredita mesmo que se afogando em livros e estudos você vai conseguir esquecer? Você não vai esquecer. Você não vai escapar. Aqui, é o limite da dor que você vai conseguir chegar. Não olhe pros lados. Não procure um amigo. Não procure ir mais além de onde você está. Seu lugar seguro. Sua força sendo ignorada. Suas vontades, serão abstraidas. É isso o extremo que você gostaria de conhecer?

Aonde você pensa que está indo? Não conte nada a ninguém, esconda tudo dentro de você, viva um mundo de aparências, onde seus amigos acham que te conhecem, acham que você consegue ser feliz, você vive sorrindo, você vive sonhando, você vive mentindo. Porque nada mais, ninguém mais, te preenche e esse buraco que você mesma cava, cada vez mais fundo, cada vez mais machucada, fugindo da verdade. Você já foi longe demais. Mas você não se importa. Não importa com o que se sente, não assume que precisa de mais. De mais de tudo. Nada é o bastante. Nem a dor que você está sentindo. Não diga que precisa de alguém, porque você não precisa mais. Aprendeu a ser assim, sozinha, aprendeu a ser assim, escondida. Nem ele mais te reconhece, você deixou a dor escapar, transparecer. Ele também não precisa mais de você. Não precisa mais se esconder, você deixou transparecer, você deixou escapar.

Já percebeu o quanto você se sente vazia? Já percebeu o quanto você se sente sozinha? Já percebeu o quanto você consegue carregar? Já percebeu que não adianta se esconder do mundo, pois ele chega até você? Não se preocupe com todos, eles nunca irão entender você. Não se preocupe em mudar, não se preocupe em tentar ser mais. Não se preocupe com a dor. Ela também nunca será o bastante.