13 de março de 2010

Como uma faca.

Esses dias tem acontecido tanta coisa que não tenho me deixado pensar, mas hoje, sei lá, dia vazio, sem muita coisa pra fazer e então eu lembrei. Já não sei se vou entregar ou não a carta que escrevi. Não vejo diferença alguma que vá fazer eu entregar ou não. São só coisas idiotas escritas. Sei lá, não vejo o que vá resolver.

Pensei hoje, em quanto ironico foi, no meu ultimo aniversário, as duas pessoas que eu "perdi" em um único mês, juntas. As vezes eu olho pro meu quintal e é como se eu quase pudesse reviver aquele dia, não sei direito qual alegria eu senti, mas, pelo menos por alguns segundos eu consigo segurar a respiração e sentir.

Eu sinto a falta dele. Boa parte do tempo, pelo menos dessa semana, eu evitei pensar nele. E mesmo quando pensei, escondi de todos que sabem. Talvez tenha escondido até de mim. Sinto falta. Sinto falta do abraço, das cores ao redor dele, do sorriso, do toque, de andar de mãos dadas, de conversas sobre coisas random, sobre conversas que pareciam só esxistir nós dois.

As vezes concordo com ele. Nunca mais seremos os mesmo. A unica coisa que eu penso sobre isso, é que o mundo em que eu vivo, mesmo com a dança, mesmo com a faculdade, trabalho, amigos, filhotes, família, será menos colorida. Será algo opaco. E eu sempre vou sentir como se estivesse faltando uma cor, uma pessoa, uma parte. Dias curtos e noites longas. Acho que agora, não há nada a fazer. Nem esperar, nem consertar, nem sentir. Eu sei que eu vou ficar legal. Mas, sempre vai existir esse buraco, como uma cova dentro de mim e seu epitáfio, dizendo que você é insubstituível dentro de mim, dentro da minha vida e a coisa mais clichê, que eu sempre vou te amar e estar ao seu lado, acompanhado seus passos.

É sempre assim, é como se por segundos, algo se torna pulsante em mim. E nada passa fazer diferença, nem a dança, nem o que restou, nada. É tão injusto eu ter isso tudo e ainda assim me sentir como se precisasse ser colorida por alguém. Como se eu esperasse voltar. Por dias eu sinto que tudo estagnou, que é pior e mais longo sem você aqui. E eu, por mais que nunca admita a ninguém, admito a você, que eu preciso de você. Mas isso você parece não ouvir... então, você é como uma faca. Quando eu menos espero e quando eu acho que não há nada a dizer, nada a escrever, você me corta, você me dói, de uma maneira cruel, quando eu estou desprevinida. E mesmo assim, eu ainda quero você aqui.

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