1 de março de 2010

Solidão.

Minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem de grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite.


Não me entendo e ajo como se me entendesse.

Clarice Lispector.

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"Mas e se minha força estiver na solidão e eu estiver, por pura tolice, confundindo heróis e vilões?
Afinal, eu também sou o escuro da noite. Eu também sou o que sobra em casa depois que todo mundo saiu e o que sobra da cidade depois que todo mundo foi dormir. Eu também sou isso, o silêncio que existe de dentro para fora, como algo que se alastra, que transforma até o ruído externo numa coisa sem sentido. Eu também sou eu apenas, eu só. E mais nada nem ninguém, mesmo na esquina mais movimentada da maior cidade do mundo. Também sou o último passageiro do ônibus e a voz que ninguém ouviu. É preciso grande humildade para coabitar comigo, para não ter medo nem de chuvas tempestivas nem de grandes ventanias soltas, não camuflá-las com auto ajuda. Mas só tenho como ser o claro do dia sendo, também, o escuro da noite. Do contrário a minha vida é rasa e os meus sentimentos, pequenas falsas pérolas."

Adriana Lisboa.

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Não preciso dizer mais nada. Tudo se resume aos textos acima.
Dificil é esconder a enxaqueca e as olheiras de milhares de noites mal dormidas. Eu não me deixo em paz nem por um segundo.

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Minha alma tem o peso da luz.
Tem o peso da música.
Tem o peso da palavra nunca dita.

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