27 de fevereiro de 2010

Exposição.

Eu me exponho aqui. Seja em palavras, seja em música. Por um tempo, me preocupei com o que iriam achar. Com o tempo, eu percebi que eu queria que não importasse quem visse, se as pessoas certas poderiam ter a chance de ler, quem sabe até entender, então valeria a pena.

Isso aqui, as vezes são só coisas que eu gostaria de dizer, e talvez ninguém nunca vá escutar. Isso aqui, são só lembranças de coisas boas que aconteceram e eu quero sempre recordar. Isso aqui são palavras, que eu gostaria que as pessoas direcionadas dessem ouvidos, é tudo o que eu um dia quis dizer, mas alguém, não soube ou não pode escutar. Não existe poesia. Não existe rima. Não existe sentido. Existe meus pensamentos expostos em palavras, existe a minha dor exposto em música, pequenas fotos, talvez a loucura desvairada, a raiva contida, existe textos em homenagem, existe cores quando preciso me dirigir à alguém.

Não existe "lado pessoal". Como canta Los Hermanos, "Numa moldura clara e simples, sou aquilo que se vê". Posso não ser clara, talvez nem simples, mas aqui, sou aquilo que se lê. Sem vergonha, sem vontade de parecer intelectual, sem vontade de fazer tipo, parecer legal ou complicada. Sem vontade de escrever versos, destinar poemas ou parecer amargamente apaixonada, divida pelo amor.

A única coisa que eu quero é tirar da minha cabeça algumas coisas que gritam no meu interior. As vezes é o nome dele que é repetido, as vezes são as imagens de momentos felizes. As vezes é apenas vontade de escrever tudo o que aconteceu num único dia. Sou diversificada, em uma hora sou decidida, em outra sou confusa, em mais três horas sou chorona e frágil, horas mais tarde posso ser louca e ainda assim fazer sentido. Eu só quero escrever tudo o que senti enquanto acordada.

Eu só quero escrever. Porque escrever me ajuda a curar. Mesmo que não agora. Porque escrever me ajuda a lembrar, mesmo que me doa. Escrever me faz ficar, ao menos por palavras, em ordem.

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