12 de fevereiro de 2010

Noites Brancas.

"Surgiu em mim muito nitidamente há alguns dias, e desde então, persegue me sem tréguas, como um desses motivos musicais que não pretendem vos largar. Ora, é preciso absolutamente que eu me desembarace dela. Tenho centenas de recordações desse gênero; mas uma delas as vezes desperta de súbito e me agarra pelo pescoço. Eu imagino, não sei mesmo por que, que, se a registrar, ficarei livre. Por que não tentaria?
E depois, enfim, aborreço me e nunca faço nada. Escrever as lembranças é um trabalho. Diz se que o trabalho torna o homem bom e honesto. É então uma oportunidade que se me oferece."

"Fosse, como fosse, era sempre eu que me desviava do caminho, e não ele. Nem mesmo notava minha polidez."

Memórias do Subsolo, capítulo, VII e XI. Dostoiévski.

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